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septembre 13, 2006

Entrevista - Zé Querido – 18.05.06

Olà Zé,

Antes de mais, quero-te felicitar por mais este grande feito que conseguis-te, que é o de teres levado a tua equipa à final da Taça CERS.

Foi um grande prazer ter trocado algumas palavras contigo em Genève. Acho que és o exemplo do que é um GRANDE treinador de Hóquei em patins e desejo-te as maiores felicidades.

Agradeço-te desde já o tempo que passas-te para me deixares algumas das tuas opiniões:

Pedro Antunes : O que é para ti « Ser emigrante » ?
ZÉ QUERIDO : Ser emigrante neste meu caso foi mesmo uma necessidade pois estava sem clube e como tinha escolhido a profissão de treinador de hóquei em patins e em Portugal não apareceu nenhum clube interessado e o Vilanova apresentou-me esta sua vontade de os treinar, para cá vim e até ao momento não estou nada arrependido da minha escolha. O único senão é estar longe da familia, situação esta que eu espero mudar rápidamente. Penso que nos tempos que estamos e com a Europa tão ligada, ser emigrante já não é tão dificil como antigamente, pois no campo social há um equilibrio muito maior de culturas e como tal a adaptação torna-se mais fácil.

Pedro Antunes : Quando é que chegás-te a Vilanova e como tem decorrido o teu dia a dia ?
ZÉ QUERIDO : Cheguei a Vilanova em 25 Janeiro de 2005. O dia a dia aqui é sempre inserido no hóquei em patins, pois também faço a cordenação de todo o hóquei base do Vilanova, com observaçao de miúdos, com reuniões com treinadores de outros escalões e de outras equipas mas cada vez mais procuro fazer com que a minha adpatação aos meios hóquisticos aqui existentes seja o mais rápida possivel, pois como deves entender as coisas aqui têm a sua diferença, comparado com aquilo que tu estavas habituado em Portugal.

Pedro Antunes : Que comparação fazes do trabalho feito nas camadas jovens em Espanha em relação a Portugal ?
ZÉ QUERIDO : Acho que a diferença nao é muita e em alguns casos até penso que em Portugal se trabalha melhor. O que é verdade é que por caractér, por forma de ser, os jogadores espanhóis encaram tudo aquilo que fazem com mais determinação e com um conceito mais prático, ou seja o objectivo passa por conseguir vencer com muita humildade e simplicidade que me supreende e muito.


Pedro Antunes : Quem foi o principal responsável, pela paixão que tens pelo hóquei em patins ?
ZÉ QUERIDO : O meu Pai (Carlos Querido) que também foi jogador e treinador de hóquei.

Pedro Antunes : Quem foi para ti o melhor jogador de todos os tempos ? E actualmente ?
ZÉ QUERIDO : O António Livramento.Actualmente á um lote bastante bom e equilibrado relativamente á evoluçao do hoquei em patins mas acho que o Borregan,Pedro Gil, Sergio Siva,Reinaldo Ventura,Mariano Velasquês,Mirko Bertolluci,David Paes poderam ser aqueles que mais se destacam.

Pedro Antunes : Concordas com a expressão « Treinador não é um trabalho, é uma aventura » ? Porquê ?
ZÉ QUERIDO : Não. Acho que ser treinador é uma profissão como outra qualquer e até em alguns momentos e casos bastante mais complexa do que parece.

Pedro Antunes : O que é que pensas que se podia fazer, para trazer mais miúdos jogar Hóquei em Patins ?
ZÉ QUERIDO : Penso que as entidades internacionais deveriam fazer como fazem outros desportos. Promover o Hóquei em Patins e deixar de andar sempre a dizer e fazer certas coisas na teoria e sim passa-las á prática, porque dinheiro continua-se a gastar mas cada vez mais e mal aplicado. Basta ver nos campeonatos Europeus ou Mundias, pessoas não faltam para acompanhar organismos mas quando toca a desenvolver a modalidade toda a gente não pode porque estão ocupados com outras coisas que não têm nada a ver com a modalidade. Este sim, penso que é o principal motivo, de esta modalidade só ser forte em três ou quatro Países, pois os responsáveis não querem ter trabalho.

Pedro Antunes : Em Itália, jogar com capacete é obrigatório para todos os jovens até aos 16 anos. Depois desta idade não é obrigatório, mas é permitido. O que pensas desta solução ?
ZÉ QUERIDO : Nao consigo ter uma opiniao formada sobre este assunto .

Pedro Antunes : Na tua já longa carreira de treinador, o que é que te marcou mais pela negativa ?
ZÉ QUERIDO : É dificil dizer coisas pela negativa, pois eu considero que estamos sempre a aprender e como tal tudo aquilo que se possa dizer que é negativo, eu o transformo em aprendizagem

Pedro Antunes : E pela positiva ?
ZÉ QUERIDO : Pela positiva tem sido as pessoas com quem tenho trabalhado, desde jogadores, dirigentes, arbitros e o apoio de toda a familia.

Pedro Antunes : Há alguma coisa especial que gostavas de comentar ?
ZÉ QUERIDO : Acho uma coisa que pode ser importante para esta modalidade, que é a necessidade de manter metidos os ex. jogadores na modalidade e se possivel em cargos que possam desenvolver a modalidade, pois só com pessoas que sabem o que é o hóquei em patins, se poderá fazer alguma coisa de jeito.

Um Abraço
ZÉ QUERIDO



Obrigado Zé. Fico muito feliz por poder apresentar esta conversa contigo.
São estes momentos que são para mim importantes. Mais importantes que ganhar campeonatos ou medalhas. A amizade é uma coisa que para mim tem muito valor.

Um grande abraço e até sempre.

Pedro Antunes

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